A Fundação Oswaldo Cruz, através de seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), atua de forma autóctone no desenvolvimento próprio de dois imunizantes para a COVID-19, e em parcerias para duas outras vacinas candidatas.
As vacinas autóctones encontram-se em estágio pré-clínico: uma vacina sintética, plataforma inovadora, e uma vacina em plataforma de subunidade, modelo tradicional. A primeira tem como base peptídeos sintéticos, pequenas partes de proteínas do vírus, acopladas em nanopartículas, capazes de induzir a produção de anticorpos específicos e ativação das células T, para defender o organismo contra o SARS-CoV-2. A tecnologia da segunda utiliza proteínas ou fragmentos de proteínas do vírus, capazes de estimular a melhor resposta imune. Essa abordagem testa diferentes construções da proteína S, a principal proteína para a ligação do vírus SARS-CoV-2 nas células do paciente, responsável pela geração de anticorpos protetores/neutralizantes, em conjunto com a proteína N que gera tanto grande número de anticorpos quando resposta imune celular, para oferecer a melhor proteção.
As duas vacinas já foram aprovadas na fase de imunogenicidade e toxicidade em animais, e produziram resposta imune sem prejudicar a saúde dos mesmos. No próximo passo, chamado “estudo de desafio”, os animais vacinados responderão à exposição ao SARS-CoV-2. A partir dos resultados, Bio-Manguinhos/Fiocruz irá avaliar qual das duas propostas de vacinas é mais promissora para seguir para os testes clínicos.
Em paralelo, o Instituto segue com duas diferentes abordagens junto à parceiros tecnológicos, ambas com tecnologia de última geração. Uma delas é em plataforma de RNA, em colaboração com uma empresa nacional e outra americana, e está em vias de entrar em fase clínica I no Brasil. A outra, de células T - baseada em peptídeos sintéticos em nanopartículas de ouro, está sendo desenvolvida em colaboração com uma empresa do Reino Unido e já se encontra em estudo clínico de fase I na Suíça.
Fonte: Bio-Manguinhos. Imagem: Bernardo Portella.