peq semana socioambiental gabriella ponteNo dia 2 de julho teve início a 2ª Semana Socioambiental de Bio-Manguinhos, no Auditório do Centro Administrativo Vinicius Fonseca, às 9h30. Na abertura do evento, o vice-diretor de Operações, Flávio Isidoro, afirmou a importância de se trazer as discussões sobre alterações no clima para o nosso dia a dia, pois se trata do reflexo de uma crise na sociedade: “Estamos presenciando os impactos das mudanças climáticas de forma recorrente no Brasil, com o aumento de enchentes e de seca, fruto do uso irracional dos recursos naturais pelo ser humano, e essas crises geram impactos na saúde. Exemplo disso é a alta da leptospirose no Rio Grande do Sul em decorrência da tragédia socioambiental desse ano”.

A palestrante do dia foi a gerente de recuperação de passivos ambientais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luciana Ventura, que iniciou sua fala mencionando as recorrentes ondas de calor que estamos presenciando, incomuns há poucos anos, e que isso já está gerando diversos impactos na saúde, com doenças, mortes, e também na natureza, com seca dos rios e queimadas florestais: “Há um aumento considerável nas emissões de CO² nos últimos 20 anos, que gera um aumento das chuvas, causando inundações como as que vimos no Rio Grande do Sul. Isso mostra como o clima está mudando por conta de fatores antropogênicos, isto é, causados por ações humanas. Antigamente, eventos extremos ocorriam a cada 50 anos, e esse período tem diminuído cada vez mais, atualmente, presenciamos esse tipo de evento a cada cinco, 10 anos. Precisamos urgentemente adotar o uso de energias renováveis e repensar o nosso consumo”.

Luciana também reforçou que precisamos trabalhar mundialmente na Agenda 2030, especialmente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que são focados na adaptação das cidades para estruturas mais resilientes para se adequarem às consequências que estão por vir, decorrentes das mudanças no clima: “No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, as maiores emissões de gases atmosféricos vêm do setor de transporte, portanto, precisamos, enquanto sociedade, cobrar os entes públicos municipais, estaduais e federais para incentivar a substituição dos carros convencionais por veículos elétricos e elaborar soluções estratégicas para melhorias sustentáveis nos sistemas de metrô e trem”.

A palestrante abordou, também, a relação dos impactos dos fenômenos climáticos na saúde, com agravos que vão além de lesões físicas e mortes acidentais, como doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, doenças de transmissão vetorial, transtornos mentais e problemas psicossociais. Diante disso, alertou que os sistemas de saúde precisam ser fortalecidos para prever, prevenir e garantir sua continuidade em um mundo onde o clima está mudando rapidamente. “Os impactos das alterações climáticas na saúde humana são inegáveis e já podem ser percebidos em todo o mundo. Portanto, para nos adaptarmos a isso, precisamos de cidades mais resilientes e sistemas de saúde mais fortalecidos, com a garantia de vigilância constante, resposta rápida e preparação eficaz”, concluiu Luciana.

Jornalista: Helouise Costa
Imagem: Gabriella Ponte

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