semana socioambiental peqA segunda edição do evento aconteceu de 2 a 4 de julho, no Auditório do Centro Administrativo Vinícius Fonseca, com palestras e oficinas. Um público de cerca de 200 pessoasparticipou de palestras que abordaram temas importantes, como a relação entre mudanças climáticas e saúde, a evolução e os desafios da administração pública nos contextos de desenvolvimento sustentável e Environmental, Social and Governance (ESG) e estudos de caso que adotam práticas sustentáveis em instituições.

Na abertura da Semana Socioambiental, o vice-diretor de operações, Flávio Isidoro, afirmou a importância de se trazer as discussões sobre alterações no clima para o nosso dia a dia, pois se trata do reflexo de uma crise na sociedade que atinge todas as pessoas: “Estamos presenciando os impactos das mudanças climáticas de forma recorrente no Brasil, com o aumento de enchentes e de seca, fruto do uso irracional dos recursos naturais pelo ser humano, e essas crises geram impactos na saúde. Exemplo disso é a alta da leptospirose no Rio Grande do Sul em decorrência da tragédia socioambiental desse ano”.

O primeiro dia de palestras contou com a participação da gerente de recuperação de passivos ambientais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luciana Ventura. Ela mencionou os fatores que estão ocasionando alterações no clima, especialmente, fruto de ações humanas, e que o aumento nas emissões de CO² está causando eventos extremos, como inundações e secas, com consequências na saúde, como o surgimento de doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, doenças de transmissão vetorial, transtornos mentais e problemas psicossociais.

Diante disso, alertou que os sistemas de saúde precisam ser fortalecidos para prever, prevenir e garantir sua continuidade em um mundo onde o clima está mudando rapidamente. “Os impactos das alterações climáticas na saúde humana são inegáveis e já podem ser percebidos em todo o mundo. Portanto, para nos adaptarmos a isso, precisamos de cidades mais resilientes e sistemas de saúde mais fortalecidos, com a garantia de vigilância constante, resposta rápida e preparação eficaz”, concluiu Luciana.

As demais palestras da semana aconteceram no dia 4 de julho, com o membro do grupo de consultoria executiva em sustentabilidade do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e chefe da Seção de Gestão e Controle da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Giselle Coelho, e a diretora de Qualidade, Excelência e Cuidado do Grupo Boticário, Juliana Canellas. A primeira abordou a evolução e os desafios da administração pública nos contextos de desenvolvimento sustentável e ESG e a segunda trouxe as práticas sustentáveis adotadas pela companhia.

Na ocasião, Giselle Coelho apresentou esses assuntos em três momentos distintos: a trajetória do tema ESG dentro do posicionamento do Estado brasileiro frente às agendas de sustentabilidade globais, as práticas organizacionais e políticas públicas sob o viés da sustentabilidade e os desafios enfrentados pelas instituições públicas com relação ao tema. De acordo com Coelho, a administração pública já trata dos princípios de responsabilidade social, ambiental e de governança há muito tempo. Exemplo disso, são artigos da nossa Constituição Federal que se relacionam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015, com objetivos e metas a serem atingidos até 2023 pelos países.

A palestrante citou, por exemplo, o Art. 3º da Constituição Federal, que trata dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. O parágrafo IV fala sobre "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" e corresponde, segundo Coelho, ao ODS 3 que aborda saúde e bem-estar para "assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos e todas, em todas as idades".

Foram abordadas por Coelho, também, práticas ESG já adotadas por órgãos públicos, a exemplo do Tribunal de Contas da União (TCU), cuja atuação em governança tem como princípios assegurar a responsabilidade ambiental, o aumento da eficiência operacional para otimização dos recursos e a diminuição dos desperdícios, bem como a melhoria da reputação das organizações públicas frente a sociedade e ao acesso a recursos e investimentos externos. “O tema ESG faz parte de uma agenda pública transversal, por se tratar de um conjunto de atributos que encaminha problemas complexos de políticas públicas, podendo contemplar aquelas focalizadas em públicos-alvo ou temas específicos, que necessitam de uma abordagem multidimensional e integrada por parte do Estado para serem encaminhadas de maneira eficaz e efetiva”, ressaltou Coelho.

A segunda palestrante do dia foi a diretora de Qualidade, Excelência e Cuidado do Grupo Boticário, Juliana Canellas, que trouxe as práticas sustentáveis e de ESG adotadas pela companhia. “Atualmente, temos o maior programa de recolhimento e reciclagem de embalagens do país, somos pioneiros na emissão de títulos sustentáveis para a indústria de beleza na América Latina, 97% dos resíduos sólidos nas operações industriais e logísticas são reciclados e 96% dos produtos ativos no nosso portfólio são veganos”, explica Canellas.

Por meio da Fundação e do Instituto Grupo Boticário, a empresa também promove ações ambientais e sociais. São 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado protegidos por 2 reservas naturais, 5 mil hectares de nascentes protegidas, 558 unidades de conservação beneficiadas, entre outras ações. “Nas operações da área que gerencio, os temas de qualidade, segurança e meio ambiente perpassam todas as diretorias do Grupo Boticário e essa maneira de atuar tem a ver com nosso propósito de promover o cuidado ativo das pessoas, do meio ambiente e o encantamento dos consumidores através de produtos e serviços seguros, eficazes e de alta qualidade”, concluiu a palestrante.

A Semana Socioambiental também foi um momento de reflexão sobre as ações sustentáveis que estão sendo desenvolvidas em Bio-Manguinhos, em consonância com a Política de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde, de junho de 2023. “A organização possui, em sua política, algumas ações como aquelas que possibilitam a redução de resíduos e diminuição de riscos de vazamentos; a implantação do método de compostagem e de coleta seletiva em parceria com cooperativas de catadores; a substituição das caldeiras Flamotubulares por novas caldeiras de vaporização rápida - gerando economia média de 20% no consumo de gás natural e redução das emissões de CO² (dióxido de carbono) e Nox (óxidos de nitrogênio) na atmosfera; a instalação de novos compressores de ar comprimido com inversores de frequência em substituição aos antigos de carga livre, para uma melhor eficiência e redução no consumo de energia elétrica, e outras”, explicou Flávio Isidoro.

Jornalista: Helouise Costa
Imagem: Gabriella Ponte

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.