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Entre os dias 6 e 8 de novembro, Bio-Manguinhos marcou presença no maior evento de inovação, empreendedorismo e tendências da saúde da América Latina, o FSWK. O stand montado pela Fiocruz disponibilizou totens interativos com informações do instituto e da Fundação, além de um espaço exclusivo com amostras dos produtos do portfólio de Bio-Manguinhos.

Em paralelo ao FSWeek, foi realizado o Rio Health Forum, evento fechado que reuniu líderes, representantes do governo, reguladores, empresas e acadêmicos para discutir a acessibilidade da saúde no Brasil. O tema central do evento foi "Cooperação Competitiva para um Novo Complexo Econômico-Industrial da Saúde", com o objetivo de debater como as parcerias entre diferentes atores podem impulsionar o desenvolvimento do setor de saúde e ampliar o acesso à inovação no Brasil.

Entre os destaques da programação, a mesa “Iniciativas Nacionais de Terapias CAR-T em Desenvolvimento no Brasil: Desafios na Translação da Pesquisa à Produção” contou com a presença de Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, que participou do painel, moderado por Camile Sachetti, assessora especial da Presidência da Fiocruz. O evento ocorreu na manhã de quinta-feira, 7 de novembro, no Rio de Janeiro.

O painel teve como objetivo discutir os principais desafios e oportunidades para a implementação e produção local de terapias CAR-T, que são uma das fronteiras mais avançadas do tratamento do câncer, e envolveram especialistas de diversas instituições de renome, como o Hospital Israelita Albert Einstein, o INCA, a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto e a Fundação Pró-Sangue, além de representantes da ANVISA, OPAS/OMS e do Ministério da Saúde.

Mauricio Zuma, em sua intervenção, destacou o papel de Bio-Manguinhos na transformação do Brasil em um polo regional de produção de terapias avançadas. A Fiocruz, que já se destaca na produção de vacinas, tem ampliado suas competências, incluindo o desenvolvimento células CAR-T e vetores lentivirais. Zuma lembrou que a Fiocruz iniciou, no ano 2000, suas atividades de produção celular em escala industrial, o que permitiu, posteriormente, expandir sua expertise para o desenvolvimento de vacinas e, agora, para a produção de terapias celulares.

"A parceria com o Caring Cross e o INCA tem como objetivo propiciar tratamentos mais acessíveis no Brasil, começando com o Sistema Único de Saúde (SUS), mas com a perspectiva de atender toda a América Latina", afirmou Zuma. Ele também destacou a importância de um modelo descentralizado de produção, com módulos de fabricação que serão entregues até 2025, com os primeiros estudos clínicos já previstos para o segundo semestre de 2025.

Bio-Manguinhos: Pioneirismo no Desenvolvimento de Terapias Avançadas

Camilla Sachett também destacou a trajetória de Bio-Manguinhos como um centro de excelência em pesquisa e produção de vacinas e terapias avançadas. Em setembro de 2021, Bio-Manguinhos foi selecionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como centro para o desenvolvimento e produção de vacinas de RNA para a América Latina e o Caribe, um reconhecimento importante para a Fiocruz no cenário global de saúde pública.

A experiência adquirida pela Fiocruz na produção de vacinas contra a COVID-19, por meio da parceria com a farmacêutica AstraZeneca, tem sido fundamental para o desenvolvimento de novas plataformas de produção de terapias celulares, como os vetores lentivirais. Essas tecnologias são vistas como promissoras para o desenvolvimento de terapias gênicas e imunoterapias, como as terapias CAR-T, com potencial para revolucionar o tratamento de doenças complexas como o câncer.

Com o avanço dessas iniciativas, Bio-Manguinhos visa contribuir para um futuro mais inclusivo e acessível no setor de saúde, não só no Brasil, mas também em toda a América Latina. A estratégia de descentralização da produção, com a criação de módulos de fabricação locais, permite que o país se prepare para enfrentar as futuras demandas por terapias avançadas de forma mais sustentável.

O Rio Health Forum proporcionou um espaço de discussão interativa permitindo que propostas concretas fossem feitas para superar os desafios que ainda existem para o desenvolvimento e a produção de terapias CAR-T no Brasil. Um dos principais pontos debatidos foi a necessidade de fortalecer as políticas nacionais de financiamento para P&D, ampliar a capacitação e a infraestrutura nacional e melhorar as regulamentações específicas para terapias avançadas. As discussões e propostas resultantes do evento serão compiladas em um relatório executivo, que servirá de base para as próximas ações e políticas públicas no setor de saúde.

Texto e imagem: Marcela Dobarro

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