Em função do surto de ebola na África Ocidental, a Fiocruz informa que vem trabalhando juntamente com a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) e que está capacitada para fazer o diagnóstico do vírus e dar a atenção necessária ao paciente, caso a infecção seja introduzida no Brasil. A unidade da Fundação que estará à frente de uma ação com o paciente é o Instituto Nacional de Infectologia (INI), unidade hospitalar científica especializada em doenças infecciosas.
Conforme o próprio ministro da saúde ressaltou em nota, a entrada do vírus no país é pouco provável. A transmissão fora dos países africanos afetados se dá apenas por contato de seres humanos com fluidos de pessoas infectadas.
Nos países de origem do vírus, a transmissão pode ser feita por animais silvestres ou animais domesticados para consumo. Por isso existe um alto índice de infecção nesses países. O vírus do ebola não se propaga como o vírus da gripe (pelo ar) ou por um vetor como o mosquito e o vírus da dengue. A população não precisa se alarmar ou temer maiores riscos.
No último informe da OMS sobre a infecção por ebola, divulgado nesta sexta-feira (8/8), a doença foi considerada uma ESPII (emergência de saúde pública de importância internacional). Isso não significa que a doença esteja se alastrando mundialmente, e sim um aviso para que os países aumentem a vigilância em portos, aeroportos e fronteiras.
O quadro epidemiológico nesta sexta-feira está assim: 1.779 casos suspeitos, com 961 mortes por ebola, e 1.134 casos confirmados por exames laboratoriais. Os casos são cumulativos na África (Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria). Os casos internacionais existentes são de profissionais que estavam trabalhando no local do surto (dois médicos americanos e um missionário).
Infográfico: Agência France Press (AFP)
Vacina
Uma vacina contra o vírus ebola poderá ser submetida a testes clínicos a partir do próximo mês e, se os resultados forem positivos, poderá estar disponível até 2015, indicou um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS).
— Nosso objetivo é começar os testes clínicos em setembro, primeiro nos Estados Unidos e sem dúvidas em um país africano, porque lá estão os casos — declarou Jean-Marie Okwo Bélé à rádio francesa RFI.
Na Nigéria, o presidente Goodluck Jonathan declarou na véspera estado de emergência sanitária algumas horas depois que a OMS decidiu classificar a epidemia como emergência de saúde pública de alcance mundial.
Entrevista
Leia AQUI entrevista da Agência Fiocruz de Notícias (AFN) com infectologista da Fiocruz, que esclarece o vírus ebola e os riscos para o Brasil.
Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/Fiocruz) e Agência France Press (AFP)