Governança do conhecimento foi tema de um dos workshops na manhã do primeiro dia do III Simpósio Internacional de Imunobiológicos. O painel foi apresentado por Adelaide Antunes, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Ana Célia Castro, pela assessora científica sênior de Bio-Manguinhos Cristina Possas, e pela vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade.
Possas e o consultor científico sênior de Bio-Manguinhos Akira Homma apresentaram “Governança do conhecimento: superando os gaps e acelerando o fluxo de inovações em imunobiológicos - Lições da experiência brasileira”. Para Possas é necessário um sistema de governança do conhecimento que deve ser altamente efetivo para promover a competitividade necessária. "Há um investimento insuficiente em inovação. Por exemplo, nenhuma vacina para uso humano resultou de esforço tecnológico inteiramente local. O gap tecnológico persiste, apesar dos investimentos feitos em Pesquisa & Desenvolvimento nas últimas décadas", ressaltou Possas, dizendo que este investimento representa 1,24% do PIB - muito baixo se comparado a outros países emergentes que gastam mais de 2,5% do PIB.
Castro, ao apresentar "Construindo pontes: governança do conhecimento, redes e mercados de conhecimento e capacitações dinâmicas", comparou as capacidades estatais do Brasil e de outros países emergentes. Ela mostrou um estudo sobre políticas de inovação e arquiteturas institucionais do Brasil e China. Ela também explicou sobre as Redes e Mercados de Conhecimento (KNM) que estuda as novas formas de produzir inovação através da combinação de plataformas de pesquisa em rede.
Nísia Trindade frisou os desafios das políticas públicas de saúde, entre a geração
do conhecimento (pesquisa) e a aplicação prática (geração de insumos).
Antunes começou sua palestra com a seguinte afirmação: "Inovação é um driver central para o crescimento econômico para o desenvolvimento e melhores empregos". Ela expressou sua preocupação quanto ao fato dos detentores de propriedade intelectual (PI) estarem mais focados nas estratégias de negócios, criando um efeito da Maior Internacionalização. Atualmente, a China é o país que mais deposita patentes no mundo.
"Qual o papel da Fiocruz no Sistema de CT&I em Saúde?". Foi com essa pergunta que Trindade iniciou sua fala. "É importante criar e ampliar a capacidade institucional de conhecer, de forma mais sistemática, suas atividades em PD&I nos contextos nacional e internacional. É necessário destacar que o modelo de avaliação da pesquisa e do ensino não considera diferentes contextos e dinâmicas de produção do conhecimento, suas especificidades nem os impactos para a sociedade", comentou.
Acesse a matéria completa no hotsite do evento.
Acesse as apresentações disponíveis deste workshop:
- Adelaida Antunes - Workshop: governança do conhecimento, patenteamento em biotecnologia
- Nisia Trindade - Gestão do conhecimento para promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Texto e imagem: Gabriella Ponte