O primeiro dia do VI Workshop Internacional “Testes Diagnósticos Acessíveis e Qualidade Assegurada para Programas de Saúde Pública” reuniu no Costão do Santinho, em Santa Catarina, representantes de vários países, além do Brasil. Entre as entidades regulatórias, registrou-se a presença da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde do Brasil, da Fiocruz, da academia e da indústria.
O evento sucedeu à 10° Reunião do Comitê Gestor do International Medical Device Regulators Forum (IMDRF), fórum que agrupa autoridades e técnicos em regulação de equipamentos médicos de sete países, mais a União Europeia, e tem como objetivo garantir a segurança e eficácia de produtos para a saúde no mundo.
O VI Workshop foi aberto pelo presidente da Aliança Latino Americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico In-Vitro (Aladdiv) e presidente-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa.
A mesa-redonda “Desafios no Controle de Dispositivos Médicos e Diagnósticos”, foi a primeira do dia e teve como foco a regulação.
Nessa linha, a Dra. Robyn Meurant, da equipe de pré-qualificação/diagnósticos da OMS, apresentou um cenário sobre as ações atuais da instituição em prol da harmonização regulatória internacional para a regulação de dispositivos médicos. Na sequência, o dr. Murilo Contó, da Gestão e Avaliação de Tecnologias em Saúde, da OPAS, focou na regulação de dispositivos médicos na América Latina.
O dr. Augusto Geyer, da Anvisa, relatou a experiência brasileira como membro do IMDRF, fórum que busca a convergência regulatória. Em seguida, a dra. Rosana Peeling, da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), comentou as experiências na Ásia e África nesse sentido.
O teste rápido DPP® HIV - 1/2, produzido por Bio-Manguinhos, é utilizado
para a triagem sorológica por meio de uma gota de sangue, soro ou plasma,
ou ainda fluído oral. Imagem: Bernardo Portella - Ascom / Bio-Manguinhos
As experiências com testes rápidos
A segunda mesa-redonda do dia tinha como tema “O Valor dos Testes de Diagnóstico em Programas de Saúde Pública”. A exposição sobre o assunto girou em torno das experiências com testes rápidos, da importância do diagnóstico como resposta a surtos, e do papel da pré-qualificação da OMS nos surtos de ebola e zika.
A dra. Lourdes Ramos, do Peru, relatou o uso recente de testes rápidos em seu país e o dr. Freddy Tinajeros, da Bolívia, a experiência boliviana sobre a doença de chagas.
A experiência brasileira com o HIV foi apresentada pela dra. Ana Flávia Pires, do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela discorreu sobre a importância dos vários programas desenvolvidos pela pasta no combate à AIDs. Entre eles, o Telelab, cursos online gratuitos do Ministério da Saúde direcionados aos profissionais da área de saúde; e o Sisloglab, um sistema de informação que gerencia os insumos laboratoriais fornecidos pelo MS por meio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Ela destacou o projeto Viva Melhor Sabendo, que realiza testes de fluído oral – teste rápido para HIV desenvolvido pela Fiocruz, cujo resultado sai em até 30 minutos - entre populações vulneráveis como mulheres e homens profissionais do sexo, gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis, pessoas transexuais e pessoas que usam drogas. O projeto é uma parceria do Ministério da Saúde com 60 organizações da sociedade civil de todo o país.
A palestrante salientou a importância de desmistificar o diagnóstico, testar a população-chave e levar o teste para quem não procura o serviço de saúde (acessibilidade).
Cláudio Maierovitch, da Fiocruz abordou, na sequência, O Papel do Diagnóstico no Descobrimento e Resposta a Surtos, enfatizando a investigação sobre o recente surto de zika no Brasil; enquanto a dra. Robyn Meurant relatou o papel atual do Programa de Pré-Qualificação da OMS depois dos surtos de ebola e zika.
As atividades desse dia foram encerradas com a conferência da dra. Rosanna Peeling da London School sobre O Novo Papel do Diagnóstico In Vitro na Realidade dos Programas Públicos ao redor do mundo.
A médica virologista Miriam Franchini coordenou a mesa que teve as presenças
de Gilbert Jullien, da OraSure, Javan Esfandiari, da Chembio. Para completar o
painel, Rafael Alexandrini Macedo, de Bio-Manguinhos. Imagem: AladDiv
Inovações e conquistas em diagnósticos
No segundo e último dia do VI Workshop, 16/9, esteve em debate a Inovação em Tecnologias para Zika e DST, assunto que foi dividido em dois paineis: Estratégias para Inovação no Setor Público – Diagnósticos e Conquistas ; e, Point of Care, Auto Teste, Novos Enfoques no Diagnóstico de DSTs.
O primeiro painel teve abordagem de Michel Sucupira, do BioManguinhos/Fiocruz. O segundo foi conduzido pela dra. Miriam Franchini, coordenadora geral do projeto Telelab, do Ministério da Saúde do Brasil; e contou com a participação de Gilbert Jullien, da OraSure; de Javan Esfandiari, da Chembio; e, Rafael Alexandrino, de Bio-Manguinhos
Convergência Regulatória – como tornar os Programas de Saúde Pública mais efetivos e eficientes foi objeto da conferência final, realizada pela dra. Rosana Pelling, com intervenções da dra. Robyn Meurante, da OMS; de Augusto Geyer, da Anvisa; de Carlos Eduardo Gouvêa, da CBDL; de Freddy Tinajeros, da Bolívia; de Joseph Bennie, de Gana; e, de Andrew Fish, da Global Diagnostics Alliance (GDA)
Fonte: CBDL com informações da Oficina de Mídia