A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou novas orientações estabelecendo padrões essenciais para desenvolvimento de mosquitos geneticamente modificados, "particularmente no tratamento de questões relacionadas à ética, segurança, acessibilidade e eficácia".
De acordo com a OMS, "malária, dengue e zika afetam milhões em todo o mundo. Mais de 400 mil pessoas morrem por ano apenas de malária. Se forem comprovadamente seguros, eficazes e acessíveis, os mosquitos vetores destas doenças geneticamente modificados podem ser uma nova ferramenta valiosa para combater as enfermidades e eliminar sua enorme carga de saúde, social e econômica".
A estrutura de orientação para testar mosquitos geneticamente modificados, desenvolvida em parceria com o TDR, o Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais e o GeneConvene Global Collaborative, uma iniciativa da Fundação para os Institutos Nacionais de Saúde, atualzia as melhores práticas para garantir que estudos e avaliações de mosquitos geneticamente modificados como ferramentas de saúde pública são seguros e feitos de forma rigorosa.
“Precisamos de abordagens inovadoras que ajudem a controlar as doenças transmitidas por mosquitos, cujo impacto é devastador em todo o mundo”, afirmou o diretor do TDR, John Reeder. “Mosquitos geneticamente modificados são uma dessas abordagens, mas queremos ter a certeza de que são avaliados de forma responsável, conforme descreve posição recente da OMS", complementou.
Segundo o diretor do Programa Global de Malária da OMS, Pedro Alonso, foram evitados mais de 7 milhões de mortes e cerca de 1,5 bilhão de casos apenas de malária nas últimas 2 décadas, através do uso de ferramentas de controle existentes. “Entrentanto, os principais alvos de nossa estratégia global contra a malária continuam fora de vista. Os mosquitos geneticamente modificados são uma das várias novas ferramentas promissoras que podem ajudar a acelerar o progresso contra a malária e outras doenças transmitidas por estes vetores", comentou.
As novas orientações da OMS são baseadas nos avanços científicos mais recentes sobre a modificação genética de mosquitos, como:
- Métodos para compreender as implicações dos mosquitos geneticamente modificados nas saúdes humana e animal, além do meio ambiente;
- Melhor compreensão sobre as estratégias mais eficazes de avaliação de risco e envolvimento das partes interessadas;
- Critérios mais claros para que os projetos prossigam de uma fase de teste para a próxima, incorporando descrições das etapas necessárias para levar adiante as tecnologias de mosquitos geneticamente modificados; e
- Conjunto concreto de segurança e eficácia dos testes.
Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal, Fiocruz Imagens.