O Global Vaccine and Immunization Research Forum (GVIRF) 2025, um dos principais eventos internacionais para discussão sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação de vacinas, foi realizado no Rio de Janeiro entre os dias 25 e 27 de março, com o apoio de Bio-Manguinhos/Fiocruz. O foro foi coorganizado pela OMS e pela Fundação Gates, com atuação do Instituto em diferentes frentes, em especial no Comitê Científico Organizador, com a participação do assessor científico Marcos Freire na definição da pauta sobre arboviroses, e na realização de palestras ao longo do evento.
A abertura do evento foi conduzida por Peter Dull, da Fundação Gates, que destacou e reconheceu a importância de Bio-Manguinhos/Fiocruz no cenário global de vacinas por meio das vacinas exportadas, da participação do hub para o desenvolvimento de uma vacina de mRNA e da participação na missão dos 100 dias do CEPI. Segundo ele, “Há 20 anos o Brasil pediu ajuda à saúde global e hoje é a saúde global que pede ajuda ao Brasil”.
Na segunda plenária, sobre Definição de Prioridades para P&D de Novas Vacinas e a Garantia de Alta Aceitação e Impacto, ainda no primeiro dia de evento, o vice-diretor de Inovação do Instituto, Ricardo de Godoi, fez uma apresentação que abordou a definição de prioridades em P&D do ponto de vista de Bio-Manguinhos, enfatizando a necessidade de se levar adiante projetos que busquem a equidade e a responsabilidade social: “O desenvolvimento de novas vacinas deve considerar uma visão ampliada das demandas públicas”, sinalizou.
O Dr. Akira Homma, assessor científico sênior de Bio-Manguinhos, foi convidado a participar da abertura e discurso principal do segundo dia do evento. Abordou a evolução das vacinas e a história da imunização, com ênfase na febre amarela e outros avanços marcantes. Os debates continuaram ao redor de importantes assuntos com a apresentação da coordenadora da Assessoria de Inteligência Competitiva de Bio-Manguinhos, Beatriz Fialho, sobre acesso a anticorpos monoclonais (mAbs), no workshop Imunização Passiva. A especialista alertou sobre a necessidade de “uma maior colaboração entre os países através de parcerias para estarmos melhor preparados para as emergências de saúde global e endereçar as necessidades de saúde não atendidas”.
As vacinas para arboviroses também tiveram grande destaque na quinta plenária do dia, com a participação de Patrícia Mouta, médica de segurança da Seção de Farmacovigilância do Departamento de Assuntos Médicos de Bio-Manguinhos, que fez uma apresentação intitulada: “Uma versus duas doses vitalícias e doses fracionadas”, onde ressaltou a necessidade de colaboração internacional para preparação contra emergências de saúde global: “O Brasil possui uma política de acesso universal à saúde, mas é fundamental fortalecer parcerias internacionais para enfrentar desafios futuros”, pontuou.
Na sessão de abertura de apresentação de pôsteres o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, reforçou o orgulho da instituição em apoiar o evento: “Para nós, é uma honra sermos convidados pela OMS e pela Fundação Gates para apoiar este fórum, trazendo discussões essenciais sobre inovação em vacinas e acesso global”. Rosane Cuber, vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, também participou da recepção e deu as boas-vindas aos participantes destacando a importância do intercâmbio de conhecimento no setor: “Para esta edição, mais de 400 resumos foram submetidos, e apenas 40 foram selecionados. A diversidade de participantes e linhas de pesquisa é impressionante!”.
Entre as apresentações de trabalhos científicos com participação de Bio-Manguinhos, destaca-se o “Workshops de roteiro para avaliar a demanda por novas tecnologias de vacinas para atender às necessidades de saúde pública”, apresentado por Elvira Alonso Lago, médica do DEAME, e Elena Caride, coordenadora do Comitê Técnico-Científico de Biológicos, entre outros 11 autores de Bio-Manguinhos.
O fórum permitiu aos especialistas acompanhar o progresso e discutir os obstáculos relacionados à P&D de vacinas e identificar lacunas, oportunidades e ações. No fim do evento, os participantes de diversas instituições tiveram a oportunidade de ir até Bio-Manguinhos onde foram recebidos por Denise Lobo, da Coordenação de Relacionamentos Institucionais, e assistiram a apresentação institucional, além de visitarem as instalações do Complexo Tecnológico de Vacinas, o Castelo Mourisco e conhecerem de perto as iniciativas da unidade na pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas.
Bio-Manguinhos reforçou no GVIRF 2025 seu papel estratégico no cenário global de imunização e sua contribuição para a segurança sanitária mundial. Contou com um stand para viabilizar o networking e oportunidades de colaboração, além de convidar a todos os presentes para se inscreverem no 9th International Symposium on Immunobiologicals – ISI, que será realizado de 5 a 9 de maio deste ano no Rio de Janeiro e virtualmente.
Jornalista: Marcela Dobarro
Imagem: Talita Wodtke