Bio-Manguinhos/Fiocruz promoveu a XII Oficina Técnica Nacional NAT Brasileiro de 11 a 13 de novembro, no Rio de Janeiro, e celebrou os 20 anos do projeto. O encontro reuniu autoridades, especialistas, colaboradores do Instituto, empresas parceiras e representantes dos 13 hemocentros do Brasil. Participaram da abertura o deputado federal Jorge Solla, a coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Joice Aragão, a diretora-executiva adjunta da Fiocruz, Priscila Ferraz, e o diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Mauricio Zuma. O evento foi marcado pela inauguração da Exposição Permanente do Projeto NAT Brasileiro, localizada no hall do Centro Henrique Penna, dentro do Complexo Tecnológico de Vacinas, mas também por completar a implementação do modelo NAT-Plus para toda a Hemorrede pública brasileira.
Em seu discurso de abertura, Mauricio enalteceu o sucesso do Kit NAT Brasileiro, um produto 100% nacional, fruto de muito esforço e aprendizado dos colaboradores do Instituto. “Ao longo da história, mais de 40 milhões de bolsas de sangue já foram testadas pelos Kits NAT e NAT Plus, produzidos por Bio-Manguinhos, detectando os alvos malária, HIV/Aids, hepatite B e hepatite C. É com muito orgulho e satisfação que hoje podemos dizer que o Kit NAT Plus foi implementado em toda a hemorrede. Não vamos parar por aí. Sabemos que o Kit NAT Plus tem potencial para ser utilizado em outros países. Já estamos conversando com Argentina e Colômbia, alinhando essas questões junto à OPAS. Não podemos esquecer que a nossa luta foi muito grande para chegarmos até aqui. A Diretoria de Bio-Manguinhos só tem a agradecer e parabenizar a todos os envolvidos”.
Priscila, que estava representando o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, falou não só em nome dele, mas também como ex-colaboradora do Instituto, que vivenciou o início dessa história. “É um projeto muito exitoso e que todos os brasileiros deveriam ter orgulho. Trabalhamos em defesa da saúde pública, da ciência, tecnologia e inovação brasileiras. As competências que adquirimos devem ser valorizadas. Estivemos na vanguarda quando estruturamos uma rede para fazer todo o sistema de sangue no Brasil rodar. A Presidência apoia a internacionalização do produto já pensando em sua terceira geração e na possibilidade de inclusão de novos alvos”.
Para Joice, foi um prazer participar da gestação e do nascimento do projeto, além de ter participado de algumas lutas para que o sistema fosse implementado. “A manutenção da segurança transfusional é algo grandioso. O aperfeiçoamento do produto e do serviço é necessário para melhor atender a população. É um projeto que agrega pessoas muito comprometidas com o SUS. Vamos continuar sendo referência, oferecendo um sangue seguro a todos”.
O deputado Solla abordou vários aspectos político-institucionais relacionados a saúde em geral, ciência & tecnologia e a oferta de sangue com caráter público e altruísta, da época do início do projeto e que se atualizaram ao longo destes últimos 20 anos. “Este é um momento único que demonstra a importância de investirmos na ciência, dando respostas rápidas às demandas de saúde pública”, iniciou o deputado. “Precisamos dar mais visibilidade à alta qualidade do nosso sangue e ao sucesso desse projeto”, concluiu.
Na programação científica de alto nível que sempre se destaca nas Oficinas do Projeto NAT-Brasileiro, houve debates sobre “Controle de qualidade na segurança transfusional”; “O Doador com teste NAT Positivo para Malária - Propostas do MS para a Hemorrede”; “NAT Plus: desempenho e avanços”; “O papel dos ensaios complementares na triagem de ITT em doadores de sangue e componentes”; “Estratégias para a definição de Novos Alvos para Triagem Laboratorial de doadores de sangue”; e “Perspectivas Atuais: A Febre Oropouche”.
Como destaque especial, Bio-Manguinhos lançou um vídeo com depoimentos sobre os 20 anos do Projeto NAT Brasileiro. Confira aqui.
Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Fernandes Netto