Bio-Manguinhos inaugura Exposição Permanente da Plataforma NAT Brasileiro

nat1 peqDentro da programação da XII Oficina Técnica Nacional NAT Brasileiro, que ocorreu de 11 a 13 de novembro, foi inaugurada a Exposição Permanente da Plataforma NAT Brasileiro na manhã do dia 12. O espaço é dedicado aos primeiros equipamentos que integravam a primeira geração da plataforma NAT e está localizado no hall do Centro Henrique Penna, dentro do Complexo Tecnológico de Bio-Manguinhos.

Na mesa de abertura, o vice-diretor de Reativos para Diagnóstico, Antonio Ferreira, destacou que esta foi a materialização de um sonho, que começou há 20 anos. “Desenvolvemos e produzimos um teste considerado um dos melhores do mundo para garantir a segurança transfusional no Brasil. Trabalhamos duro para tornar o Kit NAT ainda mais sensível e efetivo, além de ampliar a detecção de outros patógenos. Nossas competências científicas e tecnológicas adquiridas com base no Projeto e Kit NAT-brasileiro permitiram que, durante a pandemia de covid-19, pudéssemos desenvolver, produzir e entregar cerca de 50 milhões de testes de diagnóstico molecular. Estaremos sempre prontos para apoiar o Ministério da Saúde e assistir à população brasileira em situações de enfrentamento de surtos e epidemias”.

O diretor Mauricio Zuma destacou que, mesmo com condições desfavoráveis para inovação há 20 anos, o Instituto conseguiu ultrapassar barreiras e consolidar um projeto robusto. “Desenvolvemos uma tecnologia inovadora. O processo foi longo e árduo, mas adquirimos expertise, qualificamos equipamentos e equipes. Conseguimos reunir talentos e competências e agora estamos mais aptos a dar passos maiores, rumo à terceira geração”.

Bernardo Luiz Moraes Moreira, assessor especial da ANVISA, frisou o importante papel da pesquisa e desenvolvimento na área da saúde e a evolução da ciência e tecnologia nacionais. “Conseguimos sair de uma realidade de contaminações por transfusão de sangue para um cenário de garantia da segurança transfusional a partir de uma tecnologia inovadora. Graças ao NAT, pudemos ampliar e melhorar a triagem de sangue e diminuir a janela imunológica. Avançamos também em termos regulatórios e agora podemos dar mais celeridade às avaliações de qualidade, segurança e eficácia dos imunobiológicos, pois adquirimos essa expertise lá atrás. Este foi um esforço conjunto de atores importantes que buscavam um único objetivo: promover o acesso a um produto de excelência que beneficiaria toda a população brasileira”.

Pedro Ivo, responsável pela Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, expressou orgulho em celebrar essa história exitosa. “Parabenizo essa iniciativa que nos faz lembrar o quanto o investimento em pesquisa e ciência é indispensável para a qualificação desse serviço. Várias relações governamentais e entre instituições foram formadas, e manter esse diálogo vivo fortalece o SUS. Precisamos levar essa experiência técnica para outros países das Américas, pois somos capazes de qualificá-los também”.

A coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Joice Aragão, acredita que trocar experiências no cotidiano qualifica as equipes e fortalece todo o sistema de processamento do sangue brasileiro. “O NAT transformou os tratamentos hemoterápicos no país. Passamos por muitos desafios até chegarmos a uma política robusta, que garante a segurança do sangue doado. Essa exposição materializa um avanço significativo na história da saúde no Brasil, que agrega todos os profissionais competentes envolvidos”.

O deputado federal Jorge Solla, que participou das primeiras discussões sobre o NAT Brasileiro, estava emocionado com o reconhecimento do projeto, que está consolidado na comemoração dos seus 20 anos. “Lembro que foi uma decisão política difícil, um grande desafio científico e tecnológico. Hoje, é um projeto bem-sucedido e que está aberto a novas possibilidades, podendo incluir mais alvos. Sinto gratidão por todos os envolvidos e espero que o projeto possa alcançar patamares mais altos, como sua exportação”.

A diretora-executiva adjunta da Fiocruz, Priscila Ferraz, parabenizou a todos que formaram a base do projeto logo no início. “Foram pessoas que tomaram decisões corajosas e inovadoras para que o projeto se tornasse realidade. O que temos de mais precioso são os parceiros que conseguimos ao longo dessa trajetória, que tinham a missão de garantir a segurança transfusional no Brasil. Não é apenas um produto desenvolvido por Bio-Manguinhos, mas uma complexa engrenagem que envolve logística, manutenção e treinamento para manter os hemocentros funcionando. Fico feliz de participar deste momento especial. Gostaria de parabenizar as pessoas que acreditaram no SUS e na construção de políticas que fortaleceram o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, garantindo à população acesso a sangue de qualidade. Essa exposição é a memória de uma linda história de sucesso”.

Após a mesa de abertura, autoridades e profissionais envolvidos na história do NAT Brasileiro deram depoimentos emocionados sobre os desafios iniciais, a implementação do projeto e as perspectivas futuras. Participaram desse bloco o senador Humberto Costa (que enviou seu depoimento por vídeo), João Baccara, consultor técnico de Bio-Manguinhos, Akira Homma, assessor científico sênior, Guilherme Genovez, diretor técnico do HEMOSC, Luiz Amorim, diretor geral do HEMORIO, Priscila Ferraz, Marco Krieger, vice-presidente de Pesquisa e Inovação da Fiocruz, Marcelo Addas, consultor técnico-científico da CGSH, e Patrícia Alvarez, especialista científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos.

Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Fernandes Netto

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