Confira depoimentos de profissionais que participaram do evento
Tania Petraglia, responsável técnica pelo Super Centro Carioca de Vacinação
“É um prazer dividir a nossa experiência em prematuridade e vacinação dos prematuros, que é o tema do evento de hoje, com vários atores envolvidos. Iniciativas como essa nos ajudam a sensibilizar sobre o tema às várias cadeias que trabalham com o prematuro. Então, sensibilizar sobre a importância da vacina é muito importante. Existem muitas falsas contraindicações da vacinação do prematuro, o que diminui a cobertura vacinal dessa população, que é um grupo de risco para as doenças infecciosas. O evento contribuiu muito porque trouxe à tona esse assunto tão importante. Então, a gente espera que novas aquisições possibilitem uma melhor cobertura vacinal, além de políticas públicas para tornar o atendimento equânime e melhorar o acesso com produtos de alta tecnologia. Esperamos que haja uma descentralização maior. Cada local vai ter que fazer o seu diagnóstico e ver quais serão as medidas de intervenção a serem tomadas. Mas, acho que uma medida que serve para qualquer experiência no país é inserir a avaliação da caderneta de vacinação dentro das UTIs como rotina. Porque, se isto for rotina e você tiver uma rotatividade de profissionais, você não vai precisar ficar sensibilizando um profissional para a vacina, a importância da vacinação. Verificar a caderneta, avaliar essa situação vacinal do prematuro vai virar uma rotina quando você avalia a situação clínica destes pacientes. Isso não precisa ser feito todos os dias. Você pode escolher um dia da semana e fazer uma avaliação da vacinação de todos os prematuros. Então, eu acho que isso é uma medida simples de intervenção, independe da situação e das particularidades de cada município e que pode impactar muito”.
Daila Costa, coordenadora do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie) do Acre
“Este fórum está sendo muito importante para a gente a troca de experiência de como acontece essa descentralização e de como os imunobiológicos vão chegar até os prematuros. O Acre é um estado pequeno no Norte do Brasil e a gente já faz essa descentralização. Assim que o município entra em contato conosco, identificamos dentro do CRIE se ele é correspondente a qualquer município do estado. Então, enviamos o imunobiológico específico para o prematuro, para o município, como se fosse uma prescrição, como o esquema deve ser feito. Já enviamos todas as doses por completo. Temos adesão de 100% das famílias, não temos perdas. O paciente realmente é menos furado e sente menos dor. Sabemos que a dor no prematuro é grande. Ou seja, é um ganho para o paciente. Fico feliz em ver que nós estamos trabalhando dentro da expectativa que realmente deve ser visada para o paciente. Estou muito feliz também em compartilhar com os colegas um pouco dessa nossa experiência, dessa nossa luta, porque nós temos municípios de difícil acesso. Épocas de rios cheios e rios secos, e isso nos manteve firme na nossa iniciativa. Que a gente permaneça firme nessa missão”.
Texto e imagens: Gabriella Ponte